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  • Sônia Apolinário

African IPA Sueli será lançada em homenagem à ativista antirracista

Na Semana da Consciência Negra, uma cerveja feita com lúpulos africanos será lançada, no próximo dia 25, em São Paulo, em homenagem à filósofa, escritora e ativista antirracismo Sueli Carneiro. Batizada como Sueli, essa African IPA foi produzida pela confraria feminina Goose Island Sisterhood cujas criações sempre homenageiam mulheres.

Paulista, doutora em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), Sueli é considerada uma das principais autoras do feminismo negro, do país. Em 1988, fundou, em São Paulo, a Geledés – Instituto da Mulher Negra cujo objetivo principal é prestar orientações na área de saúde para mulheres negras. Psicólogos e assistentes sociais atendem, semanalmente, no instituto, cerca de 30 mulheres que também participam de palestras sobre sexualidade, contracepção, saúde física e mental. Em 1992, Sueli criou o Projeto Rappers, onde jovens são agentes de denúncia, além de multiplicadores da consciência de cidadania entre jovens.

Sueli, a cerveja, será lançada no brewhouse da Goose Island, a partir das 16h. Essa African IPA, é uma India Pale Ale com a utilização dos lúpulos african queen e southern passion no dry hopping. De coloração cobre clara, aromas frutados e cítricos e amargor bem presente, a cerveja tem 5,5% de teor alcoólico e 55 IBU. Com Sueli, a confraria encerra sua produção, este ano.

“Fiquei muito contente com essa homenagem. Não estamos aqui apenas para falar sobre o lançamento de uma nova cerveja, mas para trazer essa discussão e reflexão para a realidade das pessoas. Uma mesa de bar também pode ser um ótimo lugar para debater diversos temas e novas ideias com seriedade”, afirma Sueli que participou da brassagem da sua African IPA.

Todas as cervejas produzidas pela confraria têm renda revertida para uma instituição indicada pela homenageada. Dessa vez, o lucro da venda da cerveja será revertido para a Geledés. O nome da instituição deriva do conceito de gelede, sociedades secretas femininas na cultura iorubá. A Geledés é uma das maiores ONGs de feminismo negro do Brasil.

“Sueli Carneio é uma mulher que precisa ser lembrada pela sua atuação na discussão sobre gênero e raça no Brasil. Falamos muito sobre feminismo hoje em dia em espaços que não conseguiríamos ter legitimidade. Não foi à toa que isso aconteceu. Isso é fruto do trabalho de inúmeras mulheres, inclusive da Sueli. Somos mulheres negras e, na nossa sociedade, as coisas não são fáceis e não são dadas para a gente”, destacou Stephanie Ribeiro, integrante da confraria, e também ativista de movimento negro.

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