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  • Sônia Apolinário

Lançadas as diretrizes para a criação do selo Niterói Cervejeiro

A cidade de Niterói (RJ) está prestes a instituir um selo cervejeiro. A iniciativa tem como objetivo sinalizar para o consumidor a cervejaria que adota um conjunto de ações que envolve desde práticas sustentáveis em relação ao meio ambiente, à participação em programas de capacitação profissional, passando pela preservação e divulgação da cultura do município.

As diretrizes para a criação e obtenção do selo Niterói Cervejeiro constam do decreto que regulamenta a lei nº 3.288, assinado na terça-feira, dia 27, pelo prefeito da cidade, Rodrigo Neves. Apelidada de Lei dos Cervejeiros, dispõe sobre o licenciamento de microcervejarias artesanais no município, aprovada no final do ano passado.

“O selo não é para dizer simplesmente que a cervejaria é de Niterói, nem um selo de qualidade, mas um estímulo para a cervejaria capacitar seus quadros e, consequentemente, melhorar a qualidade dos seus produtos", explica Sandro Gomes, um dos sócios da Dad Dog, e diretor da NitCerva – a Associação de Cervejarias de Niterói.

O decreto instituiu 50 itens que a cervejaria deve atender. Cumprir 60% desse total é a “pontuação” mínima para a obtenção do selo. Dentre as exigências estão, por exemplo, fazer referência à história da cidade em um rótulo, destinar resíduos provenientes da produção para agricultura familiar, locomoção utilizando bicicleta, fomento da cultura cervejeira através de ações colaborativas, promoção de workshops e oficinas, incentivo para funcionários realizarem cursos, emprego de tratamento e reuso de águas, participação nos eventos promovidos pela cidade.

Segundo Sandro, os itens são “realizáveis”. Ele conta que tudo foi previamente debatido com a participação dos cervejeiros. Reconhece, porém, que algumas sugestões que acabaram por fazer parte das exigências causaram estranhamento, em um primeiro momento.

“Quando nos foi sugerido a utilização da bicicleta como meio de transporte, por exemplo, achamos inviável. Porém, a Noi já tem um programa que estimula seus funcionários a irem trabalhar de bicicleta. Isso vai contar pontos para a cervejaria na obtenção do selo. São exigências que nos obrigarão a buscar novas soluções e, consequentemente, melhorarmos como empresa. Essa é a grande importância do selo. Ele vai dizer para o consumidor que o cervejeiro está preocupado com a qualidade da sua cerveja e também com a cidade, com práticas sustentáveis, em promover o turismo e em fomentar a geração de emprego e renda”, comenta Sandro.

Uma comissão formada por integrantes de várias secretarias e órgãos municipais, além da Universidade Federal Fluminense e Firjan ficará responsável por deferir uma solicitação para obtenção do selo. Os cervejeiros ficaram propositalmente de fora dessa comissão, que estará formada até julho, por “conflito de interesses”, como observa Sandro.

A Lei do Cervejeiro vai facilitar a legalização principalmente de pequenos negócios. As licenças passam a ser autodeclaratórias e o alvará de funcionamento é expedido em até 48h.

Na opinião de Guilherme Rebelo, presidente da NitCerva, a legislação de Niterói “vai servir de exemplo para o restante do país”.

Ele acredita que, agora, será possível tirar do papel o projeto de criação da Vila Cervejeira – um conjunto de taprooms, no galpão que atualmente abriga as cervejarias que integram a NitCerva. No local, já funcionam os taprooms da BrewLab e Rota 104.

“Estamos no centro da cidade e as cervejarias podem ajudar, e muito, no processo de revitalização daquela área. Temos tudo para nos tornarmos um polo de criatividade, com a criação de eventos que reúnam também outros segmentos como gastronomia, artesanato e música, por exemplo”, comenta Guilherme.

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