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  • Sônia Apolinário

Lúpulos experimentais poloneses dão nova personalidade a cervejas produzidas no Brasil

Palacowy, Iunga, e 7.19 (que recebeu o nome de Amora Preta em homenagem ao Brasil) - três lúpulos produzidos na Polônia e totalmente desconhecidos no Brasil foram as estrelas das receitas de cinco cervejas, produzidas por cinco cervejarias diferentes. O resultado dessa experiência foi conhecido ontem (sábado,18), após degustação das bebidas, durante o evento “Oficinas de Lúpulos – Polônia", realizado no Armazém São Jorge, em Niterói (RJ), sob comando do empresário, palestrante e cervejeiro caseiro Wagner Von Paul, mais conhecido como Dr. Carbono.

As cervejas degustadas foram: German Ale com Palacowy feita pela nano cervejaria Von Paul Bier; Hop Lager com Palacowy e Amora Preta pela BrewLab; Altbier com Palacowy e Iunga pela JacuMaltes; Saison com Iunga pela cervejaria Mito e American IPA com Palacowy e Iunga pela cervejaria The Doctor’s.

Cerca de dois quilos desses lúpulos foram presenteados por Pilat Powel, dono da Polish Hops, que os cultiva. Dr. Carbono conta que, para conhecer os sabores, os lúpulos foram estudados em infusões frias e quentes. Além disso, para entender o perfil de cada um deles, foram feitos dry hoppings em pequenas escalas.

“Assim que recebi os lúpulos, convidei alguns amigos para realizarem essa experiência. A partir desses estudos com as infusões, avaliamos qual lúpulo seria mais interessante usar em cada receita. Como precisávamos fazer algo rápido, cada cervejaria escolheu uma receita simples. As brassagens começaram no final de setembro”, explica Dr. Carbono.

A Polônia é o terceiro maior produtor de cerveja da Europa. Porém, o movimento em torno da produção de cervejas artesanais começou apenas há seis anos, o que gerou uma demanda por novos lúpulos. Iunga, Palacowy e Amora Preta são considerados experimentais porque foram criados a partir de diversas variedades de lúpulos cujas características não eram tão apreciadas pelos produtores tradicionais de cerveja da Polônia.

Na degustação promovida pela Oficina, os participantes fizeram uma análise sensorial de cada cerveja.

German Ale

Utilizou somente o lúpulo Palacowy numa única adição de amargor (FWH), e apresentou características de lúpulos nobres, como o Saaz. Nessa cerveja, adquiriu aromas e sabores florais, herbais, de frutas amarelas e de pinho, levemente cítrico e picante.

Hop Lager

Também com Palacowy e um dry hopping de Amora Preta, se mostrou bastante cítrico e floral, também um pouco herbal, resinoso e com leve aroma de abacaxi maduro.

Altbier

Essa cerveja foi elaborada com Palacowy e uma adição grande e tardia (whirlpool) de Iunga. Se mostrou bastante frutada, com aromas e sabores pronunciados de frutas amarelas, frutas de caroço, ameixa, pera, maçã vermelha, melão e levemente floral. “Apesar da cerveja ter ficado um pouco fora do estilo, a bebida ficou maravilhosa e com uma explosão de sabores”, observa Dr. Carbono.

Saison

Esta receita levou somente Iunga. Resultou em uma bebida bastante frutada, também com aromas pronunciados de melão, maçã gala, com sabor picante e leve de abacaxi no final.

American IPA

Esta IPA levemente frutada, recebeu duas adições poderosas de palacowy - uma no final da fermentação e outra na maturação - conferindo personalidade cítrica, floral e com aromas e sabores marcantes de manga, melão, frutas tropicais, frutas amarelas e kiwi.

“Todas as cervejas foram muito bem apreciadas e mostraram grande drinkability. As bebidas tinham personalidade única dada pelas características desses lúpulos poloneses, com destaque para a German Ale, Altbier e a IPA”, conclui Dr.Carbono.

Ele informa que a próxima Oficina de Lúpulos será in-loco, no Festival da Colheita de Lúpulos da Patagônia, na Argentina, na segunda quinzena de fevereiro. Ele tem planos de promover uma excursão para lá, com até 15 pessoas. Além disso, em março de 2018, será realizada a segunda edição da Oficina com lúpulos poloneses colhidos pela Polish Hops nos últimos meses de setembro e outubro.

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