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Sônia Apolinário

Imagens ícones do fotojornalista Evandro Teixeira compõem exposição em Niterói

Um pouco da produção de um dos mais importantes fotojornalistas brasileiros poderá ser vista na exposição “Evandro Teixeira – em torno de 1968”, que inaugura amanhã, dia 25, às 19h, na Galeria do Reserva Cultural, em Niterói. Nos seus registros, o clima do Brasil, prestes a entrar na “era AI5”, muitos dos quais se tornaram ícones de um período da história do país. Ao todo, a mostra apresenta 13 obras selecionadas pela curadora Marcia Mello, todas em preto e branco.

“Algumas das fotografias de Evandro Teixeira já fazem parte do inconsciente coletivo. Sua produção é tão vasta e de tão boa qualidade que parece não se esgotar. Temos a satisfação de mostrar algumas das imagens icônicas desse mestre do fotojornalismo brasileiro, que sempre esteve ao alcance dos principais acontecimentos, correndo ao lado do retratado, junto aos fatos”, comenta Marcia Mello.

Nascido em 1935, na cidade baiana de Irajuba, Evandro fez história no histórico Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro. Lá, ele começou a trabalhar em 1963 e ficou por 40 anos. Sobre a época em que fez as fotos que integram a exposição, Evandro afirma ter muitas recordações, principalmente “a sensação de adrenalina que era muito forte”:

“Eu sabia que estava diante de um momento muito importante para o Brasil e, em especial, para minha carreira. O apoio recebido pelo Jornal do Brasil foi também muito importante”, conta.

Ele afirma não ver diferença entre o trabalho “na rua” do fotojornalista daquela época em comparação com o de hoje. Com uma ressalva. “Talvez, as ameaças e o perigo tenham outras origens. Não se tinha a violência urbana de hoje, por exemplo”.

Crédito: ABI

Ganhador de inúmeros prêmios nacionais e internacionais e com sete livros editados, Evandro tem sua trajetória profissional retratada no documentário “Evandro Teixeira: Instantâneos da Realidade”, lançado em 2004 e atualmente disponível em DVD. Suas fotos integram acervos de museus em vários países. No Brasil, faz parte da coleção de obras do Masp (SP), MAM e MAR, (RJ). Apesar de seu trabalho ser usualmente associado a fotos políticas, ele também fez registros históricos dos movimentos culturais e comportamentais do país, a partir do cotidiano do Rio de Janeiro ou da movimentação artística da cidade que escolheu para viver.

“A fotografia tem o poder de eternizar um momento. O fotojornalismo tem o objetivo de contextualizar um fato. Algumas imagens podem ser utilizadas como documentos/ retratos de uma sociedade. Este papel se mantém em qualquer momento do fotojornalismo. O avanço da tecnologia, por exemplo, agregou à arte de fotografar, oferecer mais recursos, mais rapidez de fazer com que uma imagem seja vista por todo o mundo em segundos. Porém, o objetivo e a essência não mudaram”, comenta Evandro.

Sim, ele não se debate contra as novas tecnologias. Entende que “todo mundo tem uma máquina digital” que permite “registrar um fato e publicá-lo em tempo real”. Na sua opinião, a fotografia se tornou uma “arte pulverizada”, já que “qualquer pessoa pode fotografar”.

Não, ele não costuma fazer fotos com telefone celular. Porém, admite, que as câmeras fotográficas dos aparelhos são “super práticas” e que algumas “fazem fotos incríveis”. Porém, ele dispensa.

“Não é a minha praia”, afirma.

Dica para fazer boa foto?

“Pratique. Ande sempre com uma máquina pendurada no pescoço.”

Serviço:

"Evandro Teixeira – em torno de 1968"

Curadoria: Marcia Mello

Abertura: 25 de outubro, às 19h.

Visitação: 26 de outubro a 27 de novembro de 2017

Reserva Cultural :Av. Visconde do Rio Branco, 880, São Domingos, Niterói - RJ

Diariamente das 12h às 22h

Entrada Franca

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