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  • Sônia Apolinário

BierTeria completa dois anos ressabiada com os rumos do mercado cervejeiro

Ao completar dois anos, a BierTeria vai se dar de presente um novo modelo de negócio. Dalmo Marcolino, que comanda a cervejaria carioca ao lado da mulher, a sommelier Marilia Loiola, está com o pé atrás em relação ao mercado cervejeiro. Na sua opinião, há uma estagnação pouco comentada. Mais ainda:

“O mercado está sem saber para onde vai. Há três anos, o market share estacionou em 0,7%. Isso indica que não estamos buscando novas formas de conquistar o consumidor. Há grande dificuldade de vendas. Os revendedores vão para os mesmo lugares. O nível de inadimplência dos pontos de venda é alto. Estou preocupado. Tem muita gente iludida, despreparada, entrando no mercado. Gente que acha que é fácil montar uma cigana, sair fazendo cerveja e que vai ficar rico. O Porta dos Fundos fez um episódio que retrata muito bem essa situação”, comenta Marcolino.

Ele cita o próprio dado sobre o market share do mercado como emblemático. De onde saiu esse número? Pesquisando em publicações com foco em economia, ele observou que o tal 0,7% se repete. Qual a fonte? Não é muito certa. Marcolino observa que o mercado cervejeiro não tem aferição própria, “não tem uma inteligência de mercado” e que o único número que ele vê “circular” é o que informa a quantidade de cervejarias em funcionamento. Número, este, que não para de crescer.

Sim, passou pela cabeça de Marcolino fechar a BierTeria. Pensando melhor, porém, optou por modificar seu modelo de negócio. Ele vai aumentar sua presença fora do Rio de Janeiro. E cada Estado que decidir “invadir”, produzirá sua cerveja por lá mesmo, com um sócio local. Essa nova prática começará por São Paulo.

Atualmente, a BierTeria é uma cigana com produção na cervejaria Piedade (Rio de Janeiro). Parte dessa produção já seguia para São Paulo. Agora, o que irá abastecer o mercado paulista será a produção a ser feita, inicialmente, na cervejaria Cuesta (Botucatu).

Outra decisão tomada por Marcolino: a BierTeria não participa mais de eventos. Única exceção: Mondial de la Biere.

“O Mondial é evento para branding e não para ganhar dinheiro. Ali, o prejuízo deve ser encarado como investimento porque é o maior evento do segmento. Não dá para ficar de fora. Já nesses vários pequenos festivais que estão rolando pela cidade, precisamos ganhar dinheiro e não é isso o que acontece. Ao contrário, pagamos para trabalhar. Parei”, informa.

Oriundo do segmento de tecnologia, Marcolino não abandona as raízes. Ele está sempre preocupado com inovação – que observa, ser algo diferente de usar tecnologias modernas.

Assim, para ampliar seu mercado, a BierTeria foi a primeira cervejaria, no Rio de Janeiro, a

fazer transação comercial usando criptomoeda, no caso, Bitcoin. Em estudos, a adoção do ChatBot – o atendente robô para interagir com o público e realizar vendas a partir das mídias sociais da cervejaria.

De imediato, Marcolino se tornou representante, no Rio, de dois produtos: a Chopp Up (chopeira que enche os copos por baixo e reduziria o desperdício de chope servido, “equipada” com IOT, a Internet das Coisas) e a Bravobrew (máquina que faz cerveja automaticamente).

Uma máquina como a Bravobrew não vai estimular ainda mais pessoas “despreparadas” a entrar no mercado?

“Não. O consumidor dessa máquina é a pessoa que quer fazer cerveja em casa, uma vez ou outra, mas não quer se profissionalizar. O foco dela não é o cervejeiro. Esse sempre vai querer a panela”, comenta Marcolino que faz, atualmente, curso técnico de cervejaria no ICB (Instituto da Cerveja Brasil).

Rótulos

A BierTeria conta com cinco rótulos: a Witbier DR (Discussão de Relacionamento), a Stout TPM, a Smoke Beer Fetiche, a Pilsen Rotina e a mais recente, a Belgian IPA Sogra, lançada para marcar os dois anos da cervejaria.

A Stout TPM, a Smoke Beer Fetiche foram premiadas no Concurso Brasileiro de Cervejas 2017, respectivamente, com as medalhas de bronze e prata.

Veja o episódio do Porta dos Fundos sobre o modismo cervejeiro

Leia matéria feita pelo Comunic Sônia Apolinário sobre a venda de cerveja com Bitcoins

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