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  • Sônia Apolinário

O universo cervejeiro contado por três mulheres

A história da cerveja no mundo e no Brasil; informações sobre escolas cervejeiras e os diferentes estilos da bebida; dicas de degustação e harmonização e até uma relação de deusas e santos cervejeiros. É disso que trata o livro “Maximus Sentidus: Douradas, Vermelhas e Tostadas” (Autografia Editora), que leva a assinatura de três mulheres que têm a cerveja muito presente no cotidiano de cada uma delas: Jane Von Sydow, Helena d’Ottenfels e Ana Cláudia Pampillón.

"Existem livros maravilhosos sobre cerveja, mas são compêndios. Nosso projeto é voltado para o público que gosta de cerveja, é entusiasta, mas é leigo. Acredito que uma publicação com essas características, escrita por mulheres, é algo inédito”, comenta Jane, idealizadora do livro cuja ilustração de capa é assinada por Thadeu Madureira.

Bióloga, sommelère de cerveja, ela é a responsável técnica da Buda Beer, em Petrópolis (RJ). No livro, ela conta a história da bebida, além de destacá-la como um alimento vivo e suas conexões com a alquimia.

Coube a Helena abordar a parte mais técnica que abrange as escolas cervejeiras e as questões relacionadas à harmonização. Ela é advogada e também sommelère de cerveja, além de atuar como gerente administrativa da Buda Beer.

Já Ana Cláudia se encarregou de escrever sobre curiosidades a respeito da cerveja, o que inclui as festas e santos dedicados à bebida. Turismóloga e também sommelère de cerveja, Ana é a coordenadora da Rota Cervejeira do Rio de Janeiro.

Com 123 páginas, o livro conta, por exemplo, a história da cervejaria Weihenstephan, tida como a mais antiga do mundo – em funcionamento desde 1040, na Alemanha. No Brasil, o destaque foi para a Imperial Fábrica de Cerveja Nacional, a primeira cervejaria do país, fundada em 1853, em Petrópolis.

Dentre as dicas de degustação, o livro destaca a importância do uso dos cinco sentidos. Ou seja, até a audição é importante para avaliar uma bebida. Como?

“Ao abrir uma garrafa, sua audição irá identificar o nível de carbonatação (da bebida). O som que ocorre no momento em que você abre a garrafa já pode fornecer alguma boas informações”, diz um determinado trecho do livro que também informa sobre os sabores que serão identificado muito mais pelo olfato do que pelo paladar.

Dentre as curiosidades relacionadas aos santos cervejeiros, consta a informação de que Santo Agostinho (354-430) é considerado, oficialmente, pela Igreja Católica, o padroeiro dos cervejeiros e sua data de celebração é no dia 28 de agosto.

Da lista “santa” fazem parte duas mulheres: Santa Brigite (457-525) e Hildegard Von Bingen (1098-1179).

A primeira, dentre seus milagres, é dito que “transformava a água que seria utilizada para banho no leprosário em cerveja, o que levava paz e alegria ao ambiente”.

A segunda, não canonizada, era tida como iluminada, que transpôs barreiras sociais, de gênero e culturais. “Entre suas contribuições, estão os primeiros registros do uso do lúpulo na cerveja”.

“A participação da mulher nos assuntos relacionados à cerveja aumenta cada vez mais. A cerveja tem um espírito agregador, colaborativo. Nesse meio, tem espaço para todo mundo”, afirma Jane.

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