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  • Sônia Apolinário

Uma cerveja que vale um mico

O que acha da ideia de contribuir para a preservação de algumas espécies da fauna brasileira enquanto degusta uma cerveja produzida no maior capricho? Se pudesse escolher entre mico-leão-dourado, tartaruga-de-pente, ariranha ou onça-pintada, qual dos quatro rótulos da CBB – Companhia de Brassagem Brasil escolheria? Seja qual for seu estilo (ou animal) preferido, parte do montante arrecadado com as vendas é destinado a instituições brasileiras que se dedicam a proteger cada um desses quatro animais.

A mico-leão-dourado foi lançada semana passada, no Rio de Janeiro. Trata-se de uma Irish Red Ale, com 4,4% de ABV, 31 IBU, ligeiramente maltada, com suave dulçor de caramelo. Parte do lucro das vendas desta cerveja será destinado à Associação Mico-Leão-Dourado, ONG com sede em Silva Jardim (RJ) que há 30 anos se dedica a salvar os micos da extinção.

A tartaruga-de-pente é uma Belgian Blond Ale, com 6,5% ABV, que apresenta notas de caramelo e presença cítrica. Uma cerveja intensa e ao mesmo tempo refrescante, com parte dos lucros revertidos para o Projeto Tamar, em Mata de São João (BA).

A onça-pintada é uma Session Ipa, com 4% de ABV, que tem como protagonista o lúpulo Sorachi Ace. O projeto beneficiado é o Onçafari, no Refugio Ecológico Caiman no Pantanal (MT).

A ariranha é uma Tropical Stout, com 5,8% de ABV, 35 IBU, intensa, com sabores e aromas tostados, mas um caráter suave e cremoso, além de notas sutis de amburana. Vai beneficiar o Instituto Pró-Carnívoros, em Atibaia (SP).

“A proposta de ajudar na preservação da fauna surgiu de um bate-papo sobre a riqueza da biodiversidade brasileira. Decidimos nomear os rótulos com os animais para darmos informações e se iríamos nos apropriar da imagem deles, decidimos utilizar parte da venda da cerveja para ajudar na preservação das espécies”, explica Beatriz Oliveira, diretora de Marketing e Parceiras da CBB e uma das sócias.

Detalhe. A cervejaria paulista foi criada apenas há cinco meses quando quatro amigos que atuavam em diferentes setores da cadeia produtiva da cerveja decidiram unir forças. E eles já ganharam o 2º Prêmio Brasil Brau de Gestão de Negócios em Cerveja na categoria de Responsabilidade Social no ano de 2017.

Além dos quatro sócios, a CBB tem mais um membro: o mestre-cervejeiro Luiz Henrique Pisa. Beatriz conta que as receitas buscam inspiração no animal “homenageado”. Ela dá alguns exemplos: ninguém imagina a força que tem uma tartaruga, por isso, o alto teor alcoólico da Belgian; a onça-pintada deu a ideia do lúpulo usado na Session Ipa que confere à bebida sabores e aromas característicos de frutas amarelas; a ariranha tropicalizou a stout, que Beatrizjura que é leve o suficiente para ser bebida até na praia e o mico-leao-dourado ganhou uma cerveja “nada agressiva”.

A ideia da cervejaria é ter 12 rótulos e, até o final deste ano, mais dois estarão no mercado. A CBB é uma cigana que produz parte na Landbier, em Presidente Prudente; parte na Brewcenter, em Ipeuna - tudo em São Paulo.

Mico-leão-dourado

Seu habitat é a Mata Atlântica, porém, a espécie sempre existiu apenas no Rio de Janeiro. Graças ao trabalho da Associação Mico-Leão-Dourado, nos últimos 30 anos, o número de animais na natureza passou de 200 para 3.200.

“A espécie melhorou seu risco de extinção. Agora, nosso problema é a falta de floresta”, informa Luis Paulo Ferraz, secretário executivo da Associação.

Ele conta ter ficado surpreso ao ser contatado pela cervejaria para firmar a parceria.

“Adoro cerveja artesanal, apesar de não ser um grande conhecedor. Não demos palpite na produção da cerveja. Nossa contribuição foi com as informações que constam do rótulo. Gostei muito da Mico, gostosa, com um tom meio avermelhado. Estamos felizes”, conta Ferraz.

Conheça o trabalho da Associação Mico-Leão-Dourado

Conheça o trabalho do Projeto Tamar

Conheça o trabalho do Onçafari

Conheça o trabalho do Instituto Pró-Carnívoros

Onde encontrar as cerveja, consulte a CBB

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