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Sônia Apolinário

Tenha o melhor currículo e vença o jogo, literalmente!


Existe uma pergunta que, na minha opinião, é a mais ingrata e sabotadora que podemos fazer para nós mesmos: “e se?...”

Definitivamente, nunca teremos uma resposta e tecer conjecturas a respeito de um “se” não nos leva a lugar algum. Porém... e se fosse possível brincar de “e se?”. Mais ainda. E se essa brincadeira resultasse, de imediato, em obter (ou não) um “perfil campeão” de fazer inveja aos integrantes mais feras do Linkedin?

Pois essa brincadeira existe e em uma das formas mais tradicionais e lúdicas de diversão: o jogo de tabuleiro. “CV: o que aconteceria se...” tem como objetivo terminar a partida com o melhor Curriculum Vitae. Esqueça as conquistas territoriais, os ganhos com especulação financeira e imobiliária ou simplesmente o acúmulo de riquezas. O que esse jogo espera de você é que suas escolhas o ajudem a construir o melhor currículo da sua vida! (Na foto, os dados que fazem parte do jogo. Representam, da esquerda para a direita: azar, sorte, saúde, relacionamento, conhecimento e dinheiro).

Confesso que fiquei surpresa quando me deparei com esse “CV”, absolutamente por acaso. Eu estava pesquisando novidades entre jogos de tabuleiros em busca de um presente que pudesse agradar um adolescente e tirá-lo, pelo menos um pouco, da frente do seu PS4 e seu mundo virtual paralelo. Sim, vocês acertaram. Estava em busca de um presente para o meu filho e pensei em um jogo de tabuleiro acalentando um fiapo de esperança de que poderíamos brincar juntos, mais uma vez.

A ideia de que ter um bom currículo era mais importante do que ter muito dinheiro desviou completamente minha atenção. Lembrei logo de outro jogo de tabuleiro famoso, o “Jogo da Vida” – que aliás, já teve seus dias de glória lá em casa, mas agora está completamente esquecido. Nesse, suas escolhas também vão determinar o sucesso da sua vida, mas toda a ideia de sucesso que o permeia é material. No “Jogo da Vida” se você optar por estudar ou ter filhos, adeus acúmulo de dinheiro, consequentemente, adeus chance de ser o vencedor da partida.

No “CV” o jogador também depende da sorte (tirada nos dados), mas tem o livre-arbítrio de preferir fazer uma nova rolagem de dados e ver o que acontece – e se? Ganha pontos de vitória quem vai cumprindo seu objetivo (ditado pela carta que tirar no início da partida).

Ao longo do jogo (ou seja, da vida), saúde, conhecimento, relacionamento e dinheiro são os recursos disponíveis a cada jogador. É dispondo desses recursos que se incrementa o currículo, adquirindo cartas (“relacionamento”, “saúde”, “conhecimento”, “trabalho” , “dinheiro”, “bens” e “eventos”). Cada carta tem um custo e um benefício.

Para ser o vencedor, é preciso ter o maior número ao somar os pontos de vitória aos pontos das cartas.

Achei simplesmente fantástico esse mecanismo que leva em conta a saúde para “decidir uma partida”. E de lembrar que é preciso ter relacionamentos para se ter sucesso e chegar à vitória (profissional).

O site Tábula Quadrada, sobre jogos de tabuleiro, definiu da seguinte forma o “CV”: “Você faz seu Curriculum Vitae testando sua sorte e habilidades em administrar o que a vida te proporciona. Você deve adquirir bens, trabalhos, contatos entre outros, para se dar bem. Ele acerta em cheio na hora de simular o que acontece em nossa vida, o que deixa um envolvimento muito legal. Às vezes, temos muita sorte; e em outras, infortúnios muito tristes”.

Apesar de não ser uma especialista em jogos de tabuleiro, considero o conceito de “vencedor” que “CV” propõe como algo moderno, que vai ao encontro de um novo modo de perceber o que, de fato, significa sucesso profissional – uma reflexão que tem sido cada vez mais recorrente no próprio Linkedin.

Aliás, adoraria acompanhar uma partida de “CV” jogada por quatro grandes influenciadores dessa rede profissional. #ficaodesafio

Para terminar, um aviso importante: falo desse jogo de forma espontânea, ou seja, #nãoéjabá

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